"Inventaria-te antes que os outros te transformem num mal-entendido". O brado do cineasta Glauber Rocha para o designer tropicalista Rogério Duarte, com sopros do gênesis, parece se cumprir na emergência das tropicálias mal-entendidas e inconclusas. Baiano de Ubaíra, Duarte completou 71 anos em abril desse ano, e vem cumprindo o papel (essencializador, por vezes) de revigorar o tropicalismo de Helio Oiticica, Torquato Neto e Wally Salomão. Entre outubro e novembro de 2009, o artista plástico foi homenageado no Melbourne International Arts Festival, na Austrália. Sob curadoria de Warren Taylor e James Hibberd, a mostra reuniu os trabalhos vinculados ao movimento tropicalista, quando o designer gráfico criou cartazes de filmes (Deus e o Diabo na Terra do Sol, A Grande Cidade, Meteorango Kid, A Opinião Pública) e capas de discos (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Jorge Mautner). Antes do golpe de 1964, atuou na propaganda da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde seus choques com os dogmatismos da esquerda lhe valeram o apelido de "Rogério Caos". Rogério Duarte (foto), "gênio por trás dos gênios", como definiu Narlan Matos, esteve em Jequié, para prestigiar o show do amigo Gilberto Gil, no dia 26 de junho, data do seu aniversário, durante a realização do São João Xangô Menino de Jequié.
(Fonte: Enfoque Cultural)
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